quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Adeus... Não, Até Breve

É bom...
Às vezes se perder
Sem ter porque
Sem ter razão
É um dom...
Saber envaidecer
Por si
Saber mudar de tom
Adeus Você - Los Hermanos

Bom queridos leitores, esses últimos dias eu tenho andado bastante ocupado com a faculdade e o trabalho, está ficando muito dificil cuidar de dois blogs ao mesmo tempo, então resolvi dar um tempinho ao Universo Alternativo, por que, afinal, ter que ficar sempre de porre pra escrever textos aqui não é tão fácil quanto parece (risos).
Mas não fiquem tristes, estarei no meu outro blog e continuarei a escrever lá. Então quem quiser dar uma força é só dar uma passadinha lá.
E isso também não é um adeus, é só um até breve. Quando vocês menos esperarem eu voltarei com meus textos bobinhos que falam de amores...

Bom, enquanto isso acessem meu outro bloguinho: Na Estrada Ao Pôr-Do-Sol e dêem uma forcinha lá, o estilo dos textos também são muito legais e interessantes.

Abs.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Última Vez Em Que Vi Mary


           
               Era uma noite como outra qualquer.
            Depois de um dia inteiro tentando encontrar uma gravadora que acreditasse no meu trabalho, sem sucesso, vou como de costume ao bar do Joe para tomar um trago.
            Essa noite parecia que ia ser como tantas outras. Beberia uma garrafa de Jack Daniel’s ao som de Bruce Springsteen na velha vitrola.
            Mas essa noite só parecia que seria igual.
            Sentada em uma das mesas estava ela. Não tinha mais aquela esperança de quem um dia quis ganhar o mundo com sua música, nem aquele jeito de criança travessa que conseguira me conquistar.
            Mas estava lá.
            Estava diferente, tenho que confessar, mas uma coisa não mudara, tinha os mesmos olhos vivos com cor de ardósia por quem eu me apaixonara anos atrás. E já tinham se passado cinco anos desde que a vira pela última vez.
            Aquela tarde de novembro nunca saiu da minha cabeça, as suas palavras antes de partir ainda ecoam nos meus ouvidos, aquele último olhar ainda assombra minhas noites.
            E agora ela estava ali novamente, como se me perseguisse.
            Muitas coisas vieram na minha mente naquele instante, palavras que eu sempre ensaiei para dizer no dia que a reencontrasse.
            “Por que você foi embora?”
            “Por que não teve coragem de nos dar uma chance de verdade para sermos felizes?”
            Poderia ter dito isso, mas na hora que fitei aqueles olhos, os olhos que sempre me fizeram ter forças para seguir em frente nesses dias de aversão, a única coisa que consegui balbuciar foi um quase inaudível:
            - Olá.
            Que prontamente foi respondido.
            - Olá. Há quanto tempo?
            - Já faz mais tempo do que eu queria que fizesse. - Eu disse sentando.
            - Você parece bem!
            “Não tão bem quanto você”.
            Realmente ela havia mudado. Estava bem vestida, aquele ar de superioridade, não parecia aquela menina que eu conhecera anos atrás cantando The Last Time I Saw Richard da Joni Mitchell, com sua voz doce e harmoniosa.
            - Aceita um drink? - Perguntei.
            - Um Bloody Mary, por favor.
            Pedi ao garçom que trouxesse o que ela havia pedido e pra mim uma dose dupla de Whisky sem gelo.
            - O que trás você aqui depois de tanto tempo? - Perguntei, bebendo meu Whisky de uma só vez.
            - Queria ter certeza de uma coisa.
            - De que coisa?
            - Se ainda amava você.
            - E porque logo agora você quer ter certeza disso?
            - Vou me casar dentro de dois dias.
            “Mas por que diabos você veio remexer nesse passado”. Aquelas palavras invadiram minha mente como um turbilhão, me fazendo lembrar toda a nossa vida juntos. Dos momentos tristes e felizes. Do seu beijo. Do melhor amor que eu já tinha feito na minha vida.
            - Não se arrepende de ter fugido? De ter abandonado nosso futuro juntos? - Falei com a voz cheia de rancor.
            - Você sempre romantizando as coisas. Não mudou realmente. Continua o mesmo sonhador que tenta cantar sobre o amor tão docemente. Mas você sabe Richard, que todos os românticos vão encontrar o mesmo destino.
            - E de que destino você fala?
            - O destino da solidão, Richard.
            Os olhos dela antes flamejantes, agora pareciam tristes e marejados. Como se quisesse que as coisas fossem diferentes.
            - Fique comigo novamente. Vamos ser felizes juntos. - Eu disse, enquanto procurava um Lucky Strike no bolso esquerdo da minha jaqueta.
            - Não posso querido. Eu tenho um futuro agora. Chega de cantar em bares baratos para ganhar a vida.
            - Mas você ainda me ama. Se não amasse não teria voltado aqui hoje.
            - Eu ainda te amo - Sussurrou-me - E acho que sempre vou amar. Mas meu destino não é aqui.
            Ela disse isso com lágrimas nos olhos. Essa declaração consumiu toda a minha alma. Não tinha mais forças para lutar.
            - Por favor, só vá embora. - Eu implorei, baixando minha cabeça.
            Ela se levantou e foi em direção a porta, mas antes de sair ainda a percebi olhando em minha direção, não sei traduzir o que havia naquele olhar, se significava dor ou arrependimento, sentia que eu teria que continuar em frente depois daquilo, só não sabia como.
            Na vitrola ainda se podia ouvir as últimas notas de Hurt do Johnny Cash.
            Essa foi a última vez em que vi Mary.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ele esquecera o aniversário de namoro

Ele esquecera o aniversário de namoro de ambos.
Também esquecera no ano passado.
Para falar a verdade, ele nem conseguia mais se lembrar de quando estiveram separados.
E dizer isso sobre uma garota é um bocado importante.
Mas, nesse ano, ele resolveu não repetir aquele discurso “datas não são importantes, o que sinto por você é o que vale”.
Embora saibamos que isso é verdade, aquela conversa não funcionou muito bem antes.
Dessa vez, ele resolveu fazer uma música.
Não uma música qualquer.
Uma música para ela e sobre ela, exclusivamente.
Como uma musa, ele a cantaria em todas as cores, curvas, versos e cabelos cacheados.
Colocaria no papel aquela soma de coisas que sempre o fazia sorrir ao acordar.
Então, ele escreveu.
Sem medo dos sentimentos que todos escondemos dentro de nós mesmos, ele escreveu.
Não demorou muito – evidentemente, ele não era Leonard Cohen, mas falava sobre algo que conhecia bem.
Eles estavam sem se ver desde a saída com os amigos no aniversário de namoro.
Tudo bem, sempre há as canções de amor.
E a que ele escreveu era uma desse tipo.
Como sempre, ele estacionou petulantemente o carro nas duas vagas da garagem.
Subiu.
Bateu na porta.
Ela abriu.
Vinho e taças novas.
Coisas que sempre funcionam para começar bem uma conversa.
Então, ele leu a música.
Depois pensou, “Se eu fosse uma garota, tiraria a roupa agora mesmo!”.
Mas ela não.
Ela disse que gostara, pegou o papel com a letra, dobrou e colocou em cima da mesa.
Naquela noite ela ainda tiraria a roupa para ele, mas algo naquele momento mudou.
Naquele dobrar de papel, ele pôde enxergá-la com óculos de grau.
Só depois ele entendeu que sua amada jamais se emocionou com qualquer canção.
Nem com Sinatra em In The Wee Small Hours.
Ele deixou de amá-la nos dias que se seguiram àquele.
Simplesmente ela não inalava o perfume que a música trazia para a vida.
Na sua cabeça de músico frustrado, aquilo era inegociável em uma relação.
Então, assim de repente, um mês após a música de amor, o amor se acabou.
Ela nunca entendeu.
E como o Dylan de Idiot Wind, ele não dava a mínima.

Postado ao som de The Stranger Song – Leonard Cohen

sábado, 22 de janeiro de 2011

Porres e Poesias


"Beber é algo emocional. Faz com que você saia da rotina do dia-a-dia, impede que tudo seja igual. Arranca você pra fora do seu corpo e de sua mente e joga contra a parede.
Eu tenho a impressão de que beber é uma forma de suicídio onde você é permitido voltar à vida e começar tudo de novo no dia seguinte. É como se matar e renascer.
Acho que eu já vivi cerca de dez ou quinze mil vidas."


Charles Bukowski

"(...) Melhor morrer de vodka que de tédio! (...)"
  
Vladimir Maiakovski

sábado, 15 de janeiro de 2011

Sobre a lua...

...quando o sol se vai a lua amarela
fica colada no céu cheio de estrelas...

 Fragmento do Poema "comigo" - Zeca Baleiro
        "Fica bem, mas fica só comigo"